O primeiro método para evitar acidentes em laboratórios de análises clínicas é a contenção, que descreve os métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados ou mantidos. Seu objetivo é reduzir ou eliminar a exposição dos trabalhadores de laboratórios de análises clínicas, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos agentes potencialmente perigosos (BRASIL, 2006).
De acordo com Zochio (2009), as Boas Práticas de Laboratório (BPL) tem como objetivo instituir normas e medidas que reduzam ao máximo a exposição a riscos que afetam a saúde de todos os trabalhadores, estudantes e estagiários nos laboratórios da área básica que estão em contato com equipamentos, substâncias químicas e espécimes biológicos. Segundo o INMETRO (2009), Boas Práticas de Laboratório podem ser descritas como […] um sistema de qualidade que abrange o processo organizacional e as condições nas quais estudos não clínicos de saúde e de segurança ao meio ambiente são planejados, desenvolvidos, monitorados, registrados, arquivados e relatados.
Todos os laboratórios devem ter à disposição de todos os funcionários as Boas Práticas de Laboratório, onde estão descritas as regras ou normas que devem ser seguidas no laboratório. Todos os colaboradores devem ter conhecimento e receber atualizações por meio de educação permanente a respeito das BPL. As boas práticas de laboratório são desenvolvidas baseadas na NR 32 – que trata da segurança e Saúde no trabalho em serviços de saúde. O quadro 1 descreve as principais condutas que devem nortear o trabalho seguro no laboratório.
Boas Práticas em laboratórios:
Conduta do Colaborador:
- Proibido comer, beber, fumar, guardar alimentos e aplicar cosméticos na área técnica;
- Cabelos longos devem estar sempre presos durante a jornada de trabalho;
- Evitar o uso de adornos como jóias, bijuterias e outros adereços;
- É vedado o uso de calçados abertos (chinelos e sandálias);
- É obrigatório a descontaminação das bancadas de trabalho antes e após o desenvolvimento das atividades;
- Manter organizadas todas as áreas de trabalho;
- Tirar o jaleco quando sair do setor e colocar em local apropriado;
- Higienizar corretamente as mãos ao sair e entrar na área de trabalho e durante procedimentos em que houver contaminação das mãos ou das luvas;
- Tomar todas as vacinas exigidas;
- Notificar acidente ou incidente ocorrido na área envolvida ao supervisor para que sejam tomadas as devidas providências;
Ambiente e Infraestrutura:
- Determinar as áreas limpas e contaminadas, sinalizando claramente;
- Depositar todo o material contaminado utilizando em recipientes apropriados para autoclavação prévia, antes do descarte final;
- Os equipamentos devem ser descontaminados antes de serem transportados para fora do laboratório;
- Segregar e acondicionar adequadamente resíduos biológicos, químicos e ionizantes;
- Acesso ao laboratório é restrito às pessoas autorizadas, visitantes devem receber EPI para entrar;
- Todos os profissionais devem ser informados sobre as saídas de emergência, os avisos de segurança e a localização dos equipamentos de segurança e como os utilizar;
- Os cilindros de gazes devem sempre estar devidamente acorrentados e identificados;
- Estabelecer o controle efetivo dos insetos e roedores (Programa de Gerenciamento Integrado de Roedores e de Insetos – PGIRI);
- Não utilizar botijões de gás domésticos dentro do laboratório;
- A utilização de incinerador elétrico de bancada é recomendada pela contenção de aerossóis na flambagem de alças e fios bacteriológicos
Fonte: SBPC, 2015